Começa hoje (20), em Davos, Suíça, o Fórum Econômico Mundial, evento que ocorre desde 1971 e reúne as principais lideranças políticas e econômicas do mundo. O presidente Jair Bolsonaro alegou motivos de segurança para não comparecer ao evento. Seu representante será o ministro da Economia, Paulo Guedes, que deve apresentar os principais resultados positivos do governo em 2019 (por exemplo, a aprovação da Reforma da Previdência e o crescimento do PIB acima do esperado) a fim de mostrar o Brasil como um destino atrativo para investimentos. Também irão ao evento João Doria, Governador de São Paulo, e o apresentador de TV Luciano Huck, cotado para disputar a presidência em 2022. O Fórum deste ano terá como seu principal tema a responsabilidade ambiental e climática das empresas, e contará com a presença da ativista sueca Greta Thunberg.
O Fórum deve ser marcado pelo embate entre ambientalistas e governantes que têm apresentado uma agenda de flexibilização de políticas de proteção ambiental. Neste sentido, o governo brasileiro pode voltar a ser alvo de críticas por conta de seu posicionamento no combate aos incêndios na região amazônica, considerado insatisfatório por algumas ONGs e chefes de Estados. Além disso, o encontro deve debater amplamente a retração no ritmo do crescimento da economia global e entraves à globalização, cenário que, em 2020, deve manter uma tendência similar ao que foi observado em 2019.
A ausência de Bolsonaro pode ser positiva para a atuação da delegação brasileira, já que a repercussão da mídia tende a se concentrar nos anúncios positivos da equipe econômica: como o bom andamento da agenda de reformas e o crescimento do PIB acima do projetado para o ano passado. A atenção de Bolsonaro deve estar voltada à participação de dois possíveis concorrentes nas eleições presidenciais de 2022: João Doria e Luciano Huck. Doria, que participou do evento em 2019, deve usar a ausência de Bolsonaro como plataforma para se promover. Huck, que faz parte de um movimento de renovação política, também busca espaço criticando o atual governo em áreas como meio ambiente, e deve utilizar o momento para fazer seu nome mais conhecido no exterior.