O ministro Alexandre de Moraes toma posse nesta terça-feira (16) como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tratado como adversário político pelo Presidente Jair Bolsonaro (PL), Moraes será o responsável pela condução do processo eleitoral de outubro. O ministro convidou Bolsonaro e todos os ex-presidentes da República para a cerimônia de posse, quando é esperado que o novo comandante da Justiça Eleitoral faça um discurso em defesa da democracia, da segurança das urnas e contra fake news.
Apesar das críticas constantes do Presidente Bolsonaro - que chegou a chamar o ministro de canalha durante o discurso no 7 de setembro de 2021 -, Moraes assume o comando da Justiça Eleitoral com uma estratégia de reduzir a temperatura política em um momento de alta expectativa de questionamento do resultado do pleito em caso de derrota de Bolsonaro.
Além disso, Moraes tem a missão de restaurar a relação de cordialidade do TSE com as Forças Armadas. Tradicionalmente harmoniosa, a relação está estremecida em razão sobretudo da conduta do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que é hoje o militar mais vocal a defender a narrativa de ataque às urnas eletrônicas junto com o Presidente da República. Moraes tem boa interlocução com os militares, diferente do antecessor Edson Fachin.
Bolsonaro confirmou presença na cerimônia de posse, após ter recebido o convite das mãos de Moraes em uma reunião no Palácio do Planalto. A entrega do convite foi uma ação política articulada por interlocutores próximos do presidente, que tentam enfraquecer a narrativa de ataque às urnas e ao Judiciário. Os aliados de Bolsonaro trabalham pela aproximação para garantir uma imagem menos conflituosa do Presidente, que concorre à reeleição diante de eleitores conservadores de perfil mais moderado que confiam nas urnas eletrônicas.
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