O presidente Jair Bolsonaro (PL) espera ruas cheias nos atos de 7 de setembro para demonstrar força às vésperas das eleições. Para isso, aliados têm mobilizado empresários, apoiadores do agronegócio e líderes evangélicos na busca de uma presença massiva nos atos de quarta-feira. O objetivo é contrapor as recentes pesquisas de intenção de voto nas quais Bolsonaro aparece em segundo lugar, atrás do ex-presidente Lula. A demonstração de força foi apelidada por apoiadores de Bolsonaro de “Datapovo”.
No período da manhã, Bolsonaro comanda o desfile cívico-militar em Brasília que neste ano, em razão das celebrações do Bicentenário da Independência, contará com a presença de chefes de Estado de países de língua portuguesa. À tarde, o presidente segue para a manifestação em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que terá demonstrações de aviões da Força Aérea Brasileira e de navios da Marinha. Mesmo sem a previsão de presença de Bolsonaro em São Paulo, está prevista a realização de um ato na Avenida Paulista com mais de dez carros de som. Ainda em São Paulo, apoiadores de Bolsonaro pretendem comparecer em massa no evento que vai marcar a reinauguração do Museu do Ipiranga.
Embora apoiem a realização das manifestações para demonstração de apoio popular, aliados de Bolsonaro esperam que os discursos do presidente sejam mais contidos e sem ataques ao Judiciário. O presidente precisa dos votos de indecisos para se tornar mais competitivo nas eleições, e levantamentos feitos pela campanha de Bolsonaro mostraram que esses eleitores rejeitam o comportamento mais agressivo do candidato à reeleição. No entanto, no sábado (3), Bolsonaro se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como “vagabundo” por causa da ação que teve como alvos empresários que apoiam o presidente.
