Apesar das ameaças de uma nova paralisação dos caminhoneiros a nível nacional nesta segunda-feira (16), até o momento poucas movimentações foram registradas. Ainda, segundo dados do Ministério da Infraestrutura, não há nenhum sinal de paralisação nas principais rodovias do país. O ato desta semana havia sido convocado por Marconi França, um dos líderes dos caminhoneiros autônomos, e contava com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres e Logística (CNTTL), também ligada à CUT. As principais reivindicações feitas dizem respeito ao aumento dos preços de combustíveis, principalmente do diesel; à publicação nesta terça-feira, dia 17, de resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) regulamentando a emissão do Código Identificador da Operação de Transporte (CIOT); e o reajuste no piso mínimo do frete, previsto em torno de 14 a 18%. Desde o início, a manifestação não contou com o apoio de líderes relevantes da categoria, como Wallace Landim (conhecido como “Chorão”) e Wanderlei Alves (“Dedeco”), dois dos protagonistas dos movimentos de 2018.
Outro fator que explica a baixa mobilização é o fato de que os movimentos estão sendo convocados por líderes ligados a sindicatos. Dado que muitos transportadores estão ideologicamente alinhados com o governo, isso pode criar a impressão de uma tentativa de cooptação política do movimento pela esquerda. O estabelecimento do piso mínimo do frete e a regulamentação do CIOT, importante para a fiscalização e o cumprimento do piso, enfrentam oposição de entidades empresariais da indústria e da agricultura, que veem as medidas como geradoras de distorções na economia. Embora o risco de uma paralisação esteja baixo, o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (UNICAM), o “China”, afirmou que, até agora, nada concreto foi entregue pelo governo. Se as demandas não forem atendidas nos próximos dias, uma manifestação pode se tornar mais provável.